sábado, 18 de outubro de 2014

A QUESTÃO CURDA NO ORIENTE MÉDIO


            Os curdos são o maior grupo étnico sem pátria no mundo. No Oriente Médio, a população curda chega a mais de 20 milhões, mas estes estão dispersos majoritariamente em 6 países: Turquia, Iraque, Síria, Irã, Armênia e Azerbaijão. Só na Turquia, eles já são 20% da população.


            Os curdos têm sua própria língua, sua etnia, mas a região que fundaram, o Curdistão, não é considerada independente. Desde 1984, o PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão, luta por um território autônomo. No entanto, sofrem repressão violenta principalmente do governo turco e do Iraque. Durante o regime de Saddam Hussein, esta violência era implacável, mas com sua queda, eles pretendem voltar a lutar por sua independência. Os curdos não são tão fortes que consigam a independência de um país próprio em alguma parte das seis nações pelas quais se distribuem, mas também não são tão fracos que possam ter as aspirações nacionalistas suprimidas com facilidade. Eles constituem um grupo cuja mera existência cria enormes problemas. A Turquia, por sua vez, há 20 anos luta para não perder seu território para a criação do Estado independente. Os curdos são vítimas de terrorismo e tortura, além de serem deslocados de suas aldeias em alguns casos.


Durante o período otomano (1945-1990), a Turquia preferia não se envolver com os conflitos regionais que ocorriam nos países vizinhos. Em 1990 esta tradição foi quebrada, quando o país se aliou aos Estados Unidos na Guerra do Golfo, e facilitou as invasões ao Iraque. Eles também necessitavam fechar dois oleodutos usados para transportar o petróleo iraquiano através do país até o mar Mediterrâneo, de acordo com sanções da ONU. Com o emprego de 150 mil soldados ao longo de sua fronteira com o Iraque e o fato de servir de base aérea e militar para os americanos, a Turquia pretendia fortalecer seus laços com os EUA, já que era uma época de incertezas para todos, com o pós-Guerra Fria.


Como conseqüência da guerra, a minoria curda no Iraque se revoltou contra Saddam Hussein e optou por fugir para as fronteiras com o Irã e a Turquia, ocupando as províncias de Hakkari e Mardin. Em 1991, com a derrota do Iraque, iniciou-se a revolta, mas esta não demorou a ser controlada. Isso impulsionou o êxodo de quase toda a população curda do norte. A Turquia, então, fechou suas fronteiras, levando um milhão deles a fugir para o Irã e outros muitos a permanecer em campos de ocupação provisória. Neste momento, o drama da população curda se tornou conhecida pelo mundo inteiro.


A Turquia não queria receber os milhares de refugiados, mas ao mesmo tempo, era contra a criação de campos permanentes por acreditar que viriam a se tornar focos de movimentos nacionalistas. Eles viram o retorno deles ao Iraque a melhor solução. Negociações com Inglaterra, França e os Estados Unidos foram feitas, e uma zona protegida ao norte do Iraque foi criada. No entanto, Bagdá impôs um bloqueio no norte, o que tornou os curdos dependentes economicamente do Irã e da Turquia. Depois de muito impasse, as Nações Unidas concordaram que a zona protegida deveria ter uma administração autônoma, embora isso não garantisse a independência dos curdos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O QUE FOI O CASO DREYFUS?


É a história do jovem oficial Alfred Dreyfus foi acusado pela França de espionagem em favor da Alemanha. O militar foi julgado sumariamente, submetido a degradação militar em 1895, e condenado a prisão perpétua (Na Guiana Francesa), apesar das contundentes provas de sua inocência. Sua inocência e reabilitação só foi reconhecida em 1905, tendo sido reabilitado no ano seguinte pelo governo francês.




Na verdade Dreyfus foi uma vítima do anti semitismo fortemente arraigados na sociedade e forças armadas francesas. Sua primeira condenação baseada em provas forjadas foi puramente ideológica. Foi sem sombra de dúvidas uma das maiores fraudes judiciais da história moderna da França. Émile Zola denunciou a farsa e Anatole France o defendeu.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O PÓS-FORDISMO E A ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL


O pós fordismo é um modelo de gestão produtiva que se diferencia do fordismo, no que se refere à organização do trabalho e da produção. Assim, ao invés de centrar-se na produção em massa, característica do fordismo, o modelo pós-fordista fundamenta-se na ideia de flexibilidade. Por isso, trabalha com estoques reduzidos, voltando-se para a fabricação de pequenas quantidades. A finalidade dessa forma de organização é a suprir a demanda colocada no momento exato, bem como atender um mercado diferenciado, dotado de público cada vez mais específicos. Deste modo, neste regime os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem comercializados ou montados. Isto permite que a indústria possa acompanhar as rápidas transformações dos padrões de consumo.


O pós-fordismo pode ser compreendido como um dos paradigmas da teoria do pós-industrialismo, formulado por pensadores marxistas. Neste sentido, é utilizado para designar um novo modelo de gestão produtiva, e também o período de mudanças do capitalismo, que foi acompanhado da ascensão de novas configurações da organização industrial e da vida social e política.


Esta crise ocorreu, principalmente em função da incapacidade do fordismo em absorver as demandas geradas pelo sistema capitalista. Esta incapacidade derivava do que se pode chamar de rigidez. Qualquer tentativa de superar esse problema de rigidez esbarrava nas manifestações da classe trabalhadora. Então esta rigidez acabava ultrapassando os compromissos assumidos pelo Estado que sob pressão intensificava os investimentos em programas de assistência social.


Também contribuíram para a crise do fordismo fatores como: os impactos do choque do petróleo na economia; o surgimento da concorrência japonesa; mudanças tecnológicas; fusões e incorporações de empresas; desigualdades entre os setores do trabalho e o interior do sistema fordista; surgimento de novas necessidades no que se refere ao consumo.


A consequência de todos esses acontecimentos foi o rompimento dos padrões e práticas capitalistas assentadas no modelo produtivo fordista que, conduziu a ascensão de um novo modelo de acumulação, associado a um novo modelo de acumulação, associado a um novo sistema de regulamentação político e social, por ele chamado de regime de acumulação flexível, mas para outros autores, pode ser definido como pós-fordismo.


Neste regime ocorreu a substituição de um modelo de produção e acumulação calcado na rigidez produtiva, por um regime fundamentado em uma maior flexibilidade dos processos, produtos, padrões de consumo, mercados e da organização do trabalho.


O resultado foi a emergência de novos setores de produção, novas modalidades de serviços financeiros, novos mercado, e, em especial, a ascensão de altas taxas de inovação comercial, tecnológica e organizacional, com o intuito de garantir que o sistema produtivo seja capaz de operar dentro de contextos que exigem rápidas mudanças, adaptando-se continuamente às variações da demanda.