segunda-feira, 14 de abril de 2014

HISTÓRIA DA GEOGRAFIA.


Alguns autores definem a geografia como o estudo da superfície terrestre, esta é a definição mais usual e a da maior vaguidade. Caberia a geografia descrever todos os fenômenos manifestados no planeta terra. Considerada por alguns como uma das mais antigas disciplinas acadêmicas, a geografia surgiu na Antiga Grécia, sendo no começo chamada de história natural ou filosofia natural.



Grande parte do mundo ocidental era dominado pelos Gregos, em especial o leste do Mediterrâneo. Sempre interessados em descobrir novos territórios de domínio e atuação comercial, era fundamental que conhecessem o ambiente físico e os fenômenos naturais. O céu claro do Mediterrâneo facilitava a vida dos navegantes gregos, sempre atentos às características dos ventos, importantes para sua navegação em termos de velocidade e segurança.



No século IV a.C. os gregos observavam o planeta como um todo. Através de estudos filosóficos e observações astronômicas. Aristóteles foi o primeiro a receber credito ao conceituar a terra como uma esfera. Em sua especulação sobre o formato da Terra, Strabo acabou escrevendo uma obra de 17 volumes Geographicae onde escrevia suas próprias experiências do mundo. Apesar de alguns erros e omissões em sua obra, Strabo acabou tornando-se o pai da geografia regional.



Com o colapso do Império Romano, os grandes herdeiros da geografia grega foram os árabes. Muitos trabalhos foram traduzidos do grego para o árabe, ocorreram algumas regressões, as projeções de latitude e longitude já não apareciam mais nos mapas. De todo modo os árabes acabaram recuperando e aprofundando o estudo da geografia, e já no século XII, Al-Idrisi representaria um sofisticado sistema de classificação climática. Em suas viagens a África e à Ásia, outro explorador árabe Ibn Battuta, encontrou a evidência concreta de que, ao contrário do que afirmara Aristóteles as regiões quentes do mundo eram plenamente habitáveis.



Já no século XV, viajantes como Bartolomeu Dias e Cristóvão Colombo redescobriram o interesse pela exploração, pela descrição geográfica e pelo mapeamento. A confirmação do formato global da terra veio quinze anos mais tarde em uma viagem de circunavegacao realizada pelo navegador português Fernando Magalhaes, permitindo uma maior precisão das medidas e navegações.



Grandes nomes se empenharam no estudo de várias áreas da geografia. A geografia social recebeu a dedicação de nomes como Goethe, Kant e Montesquieu preocupados em estabelecer a relação de estudo entre a humanidade e o meio ambiente. A geografia recebeu novas subdivisões entre elas a geografia antropológica e a geografia política.



Por volta do século XIX surgiu a escola alemã que representava o determinismo, que suportava a ideia de que o clima era capaz de estimular ou não a força física e o desenvolvimento intelectual das pessoas. Assim, afirmava que nas zonas temperadas as pessoas teriam um desenvolvimento mais elevado do que nas zonas quentes, úmidas e tropicais. Já nos anos 30 a Escola Francesa lançava o possibilismo que afirmava que as pessoas poderiam determinar seu desenvolvimento a partir de seu ambiente físico, ou seja, sua escolha determinaria a extensão de seu avanço cultural.




Chegaram os anos 60 e o desejo de fazer da geografia uma disciplina mais científica, levando a adoção de estatísticas como disciplina de apoio. No final da década duas técnicas foram introduzidas computador eletrônico e satélite.

terça-feira, 8 de abril de 2014

QUEM FORAM OS FISIOCRATAS?


A fisiocracia, advinda da chamada Escola Fisiocrática, surgiu no século XVIII e é considerada a primeira escola de economia cientifica. Os fisiocratas consideram o sistema econômico como um organismo regido por leis intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas assim, cientificamente relevantes. Embasavam-se na economia agrária, identificando na terra a fonte única de riqueza.



A comparação entre a agricultura capitalista e a agricultura camponesa corroborava com a visão dos fisiocratas, que enxergavam na agricultura camponesa um atraso fadado ao fim, visto que os arrendatários capitalistas conseguiam maiores índices de produção.



Para os fisiocratas, a tarefa histórica do capitalismo consiste numa ampliação por ele, tornada possível do excedente. Esse excedente por sua vez seria um fenômeno típico da agricultura, onde o capitalismo se apresentaria com um ordem própria, ao contrário do que ocorre no meio urbano, onde teoricamente não existiriam excedentes.




Define-se excedente, ou produto líquido, como parte da riqueza produzida que excede a consumida, ao longo do processo produtivo e trabalho produtivo era o trabalho capaz de produzir excedente, temos  então, a partir de uma ótica fisiocrática, o trabalho agrícola como única forma de trabalho produtivo. Apesar das limitações surgidas a partir de um conceito como esse, é de grande mérito da individualização no processo produtivo, o lugar de origem do produto líquido excedente, tendo a escola clássica tomado esse conceito dos fisiocratas como ponto de partida.



Para os fisiocratas, toda a riqueza provém da terra, a indústria apenas diversifica o produto e o comércio distribui. Eram contra o intervencionismo mercantilista. Sendo importante lembrar que as ideias fisiocratas surgem na época em que não existia atividade industrial, ou seja, apenas atividades ligadas ao setor primário, à agricultura. Eles eram também contra a nobreza e a economia.




A escola surgiu e desapareceu como um meteoro em torno de François Quesnay (1649-1774), no seu quadro econômico Quesnay representou de modo simplificado, o fluxo de despesas e de bens entre as diferentes classes sociais, evidenciando a interdependência entre as atividades econômicas.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O QUE FOI A PAZ DE VESTFÁLIA?


            Foi a assinatura de 1648 de acordos internacionais que colocaram fim a Guerra de trinta Anos, que devastou a Alemanha. O acordo alterou o mapa geográfico político e serviu de base para a ideia de Estado Soberano que temos hoje. A paz estabelecida por esses tratados perdurariam até a Revolução Francesa em 1789. Como resultado da Paz de Vestefália a Holanda obteve independência da Espanha, a Suécia ganhou o controle do Mar Báltico e a França foi reconhecida como a mais importante potencia da Europa Ocidental.



            Os Habsburgos que reinavam nos Estados austríacos, não possuíam mais do que uma autoridade simbólica na Alemanha, estilhaçada em mais de 350 principados de maior ou menor tamanho todos ciosos de sua independência. Na conferência de Vestefália era a primeira vez que sentavam na mesa os grandes Estados, respeitando-se o princípio da soberania de cada um.




            Não se tratava mais como na Idade Média de uma cristandade unida por uma fé, comum sob a alta autoridade de um soberano pontífice. Cada monarca passou a ser o chefe dentro de suas fronteiras inclusive em matéria religiosa

domingo, 6 de abril de 2014

AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. MODELOS E INTERPRETAÇÕES.


Algumas abordagens explicativas sobre as Relações Internacionais foram sendo desenvolvidas a partir dos principais acontecimentos mundiais que envolveram os Estados. Desde o início da humanidade que os povos vêm se comunicando e se relacionando, muitas vezes como aliados e, infinitas vezes, como inimigos, usando os conflitos armados como a única forma de resolver pendengas. A guerra, então, transformou-se no mecanismo mais adequado para demonstrar hegemonia e poder.



A partir da 1a Guerra Mundial, as nações vencedoras procuraram encontrar fórmulas que garantissem a paz mundial, tentando criar mecanismos que garantissem a não-beligerância como único caminho para solucionar divergências entre as nações.



Como consequência dessa guerra, e em função do desenvolvimento tecnológico bélico proporcionado pelo conflito e pelo seu envolvimento geográfico em escala mundial, percebeu-se a necessidade de se conhecer melhor esse fenômenos, o que levou ao maior interesse pela disciplina das Relações Internacionais.



Isso não quer dizer que os fenômenos internacionais não fossem estudados antes, mas, como as relações anteriores envolviam poucos países e eram concentrados basicamente no continente europeu, as primeiras manifestações sobre o assunto tratadas a partir da “Paz de Westphália”, em 1648, quando foram tratadas as primeiras discussões sobre paz e guerra e estabeleceu-se um sistema baseado no direito internacional com à soberania dos Estados.



O estudo das Relações Internacionais reflete a necessidade específica das sociedades compreenderem a realidade externa no processo de interação entre os diversos atores, acontecimentos e fenômenos da atualidade. Estão concentrados na interpretação dos fenômenos que extrapolam as fronteiras dos Estados.




Por sua natureza, o estudo das Relações Internacionais está associado ao campo das Ciências Sociais, com grande inter-relação entre a ciência política, economia, história, direito e ciências sociais de modo geral. É portanto, uma matéria multidisciplinar e não uma ciência exata.