Os Movimentos Emancipacionistas, contestavam
a dominação colonial como um todo: exploração econômica e opressão política. Lutavam pela separação em relação a metrópole e expressam
preocupações com a unidade nacional; Expressam a consciência da elite colonial de
que seus objetivos só seriam alcançados com a definitiva separação de Portugal.
Analisando
os movimentos emancipacionistas do século XVIII e descortinando os caminhos da
emancipação política para o povo composto de negros e mestiços, a revolução da
independência configurava-se como uma luta contra os brancos e seus
privilégios. Para os despossuídos a revolução significava a eliminação das barreiras
de cor, na realização da igualdade econômica e social, na subversão da ordem.
Para os representantes das categorias superiores da sociedade, fazendeiros ou
comerciantes, a condição necessária da revolução era a manutenção da ordem e
dos privilégios.
Dessa
forma, o movimento que aglutinava elementos pertencentes a diferentes estratos
da sociedade representava aspirações até mesmo contraditórias. As fórmulas
abstratas constantes nos programas revolucionários ocultavam os diferentes
sentidos que cada grupo atribuía. Depois da independência as formulas amplas e
universalizantes do liberalismo retorico foram definidas nos seus termos
concretos, ficando evidentes os seus limites.
Para
as elites que tiveram a iniciativa e o controle do movimento, liberalismo
significava apenas a liquidação dos laços coloniais. Não pretendiam reformar a
estrutura da produção e a estrutura da sociedade. Por isso, a escravidão seria
mantida, assim como a economia de exportação. Por isso o movimento de
independência seria menos antimonárquico do que anticolonial, menos
nacionalista do que antimetropolitano. Por isso a ideia de separação completa
de Portugal só se configurou claramente quando se revelou impossível manter a
dualidade das coroas e, ao mesmo tempo, preservar a liberdade do comércio.
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